Resultado da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro do CEPI

5 de setembro de 2012 - 03:00

 

 

Durante os meses de maio, junho e agosto, os professores de Língua Portuguesa aplicaram as oficinas da Olímpiada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, com o objetivo de trabalhar os gêneros textuais Crônicas nos 1º anos e Artigo de Opinião nos 2º e 3º anos.


A partir do tema ‘O lugar onde vivo’, os professores de Língua Portuguesa orientaram os alunos para realizarem suas produções e ao final selecionar o melhor texto para concorrer com as demais escolas do Brasil. Na categoria Crônica o texto selecionado foi da aluna Inácia de Almeida Vasconcelos do 1º R da Extensão do Sítio São Mateus e na categoria Artigo de Opinião, a do aluno Eduardo Silva da Costa do 2º ano E da SEDE. Parabéns pelos belíssimos textos.

 

Apreciem.

 

 



Crônica – Da lamparina à luz elétrica


A Torta estava em festa. Pois é, Torta não é torta de comer não, é o nome do meu lugar. Esquisito, eu sei, mas é o lugar onde vivo já me acostumei. É um povoadozinho localizado na região norte do estado do Ceará, distrito da cidade de Camocim.
O povo do meu lugar é um povo simples que ainda vive na mais pacata harmonia. Longe das grandes tragédias e da turbulência das grandes cidades. Mas é um lugarzinho bom de morar apesar do que aqui nos falta. Mas isso não vem ao caso vamos ao que interessa a chegada da luz elétrica.
Depois de muitas promessas um dia fomos pegos de surpresa. A alegria contagiava a todo o povo da minha comunidade, pois a iluminação começava a clarear a escuridão, a surgir de forma diferente. Já era tempo de acabar o cheiro do gás, pois assim era chamado o querosene que mamãe, vovó e as outras mulheres colocavam nas lamparinas para iluminar suas casas. Foi o começo de uma nova civilização, conquistada pela minha gente, que até então só tinha visto a luz elétrica na cidade.
Meu coração quase não aguentou de tanta emoção, pois além de iluminar os lares, os alimentos iam ser conservados em geladeiras e durar mais tempo.
A claridade era brilhante como o sol, a verdade é que o olhar do meu povo ao ver tudo e a todos naquele momento se tornava diferente, pois dali em diante poderíamos perceber as pessoas sem a sombra na parede, ou até mesmoter que dormir cedo para não ver a vela ou o querosene acabar.
A curiosidade contagiava a todos, por querer ligar todas as lâmpadas e desfrutar o prazer mágico da nova luz. Mas, um dia sem ao menos esperar essa luz acabou. E eu pensei:
_Nossa cadê a luz? Já acabou?
Então resolvi comprar o velho querosene para colocar nas lâmpadas e poder enxergar de novo, já que as lamparinas lá de casa tinham sido jogadas no lixo. Foi então que o moço da bodega me disse:
_Ei garota para poder enxergar de novo é preciso esperar a energia chegar, pois um fio caiu e então os eletricistas irão chegar para consertar.
Neste momento percebi que não era preciso colocar querosene nas lâmpadas, era precis o só esperar.


Inácia de Almeida Vasconcelos – Aluna do 1ºR – Extensão de Sítio São Mateus.
Professora Orientadora – Sandra Ferreira.





Artigo de Opinião – Gangues invadem nosso espaço

O número de gangues vem crescendo muito em nosso município, causando pânico na população. Isso se deve, em parte, a falta de projetos sócio-educativos direcionados aos jovens camocinenses.
Segundo a delegacia de polícia, atualmente, nossa cidade possui cerca de 19 gangues infiltradas na sociedade. Cada bairro possui uma gangue.
Mas o que é uma gangue? Gangue é um conjunto de membros, geralmente rapazes, que se reúnem para fazer badernas, proteger sua área e provocar conflitos. Para muitos jovens, ser membro de uma gangue é motivo de respeito entre as meninas, que às vezes se jogam nos braços destes membros apenas para falar para as amigas que namoram com um gangueiro.
A situação é tão grave que na noite de sábado do dia 18 de agosto de 2012, Camocim parou para pensar no que uma gangue é capaz de fazer: cerca de 10 membros de um desses grupos, tiraram a vida de uma pessoa com a maior tranquilidade do mundo, no meio de uma multidão que assistia a um comício.
E agora eu mesmo me pergunto: até quando vamos ficar nas mãos de marginais que vivem entre cidadãos de bem?
Infelizmente nossa cidade não dispõe de projetos sociais que envolvam educação, cultura, esporte e lazer, capazes de tirar nossos jovens das ruas, evitando seu envolvimento em gangues.
Assim, é preciso pensar e cobrar das autoridades competentes, medidas que possam mudar essa realidade, devolvendo nossa segurança, respeito e dignidade, porque somos cidadãos e não bandidos.


Eduardo Silva da Costa – Aluno do 2º ano E da SEDE.
Professora Orientadora – Neusa Setubal Monteiro.